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Semana Santa em Braga ( Farricoco )


- Farricoco -
Artesanato genuino em cera, com suave cheiro a canela. Pode ser adquirido no centro da cidade de Braga, Na feira de artesanato e no Posto de Turismo. Enviamos para qualquer ponto do país.
Loja Alfavelas
Mail: alfavelas@gmail.com
Tlm 912207822

Figuras com ca. de 15 cm
Homem das pinhas = 5 euros
Homem da matraca = 6 euros
Homem do fogareu = 7,5 euros


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São cerca de uma vintena de Figuras profano-religiosas que vão a encabeçar a procissão dos fogareus e do enterro do senhor Ecce Homo em Braga, na quinta e sexta feira que antecede a Pascoa.
Artesãos bracarenses na base dos materais que utilizam ( cera, tecido, barro, areia ou gesso moldado...) tem vindo a representar esta figura, tão misteriosa para alguns, mas, das mais tipicas da cidade de Braga.

Ao vivo é outra coisa!... venha a Braga, visite a Sé Catedral e todas as suas igrejas. ( reserve estadia com antecedencia , caso fique por cá uns dias).

A Procissão dos Fogaréus
– Braga Antiga
Ao meio dia de quinta feira maior, Braga entrava em silencio.Calavam-se os sinos nas torres, os relógios não batiam horas, eram a meia voz os pregoes nas ruas, a garotada assobiava a medo e as crianças proibia-se-lhes o riso e o canto.Nos botequins cobriam-se os bilhares, guardavam-se os baralhos de cartas, as pedras de domino, as bogalhas do quino, os dados e o tabuleiro do quezilento gamão – porque era sacrilégio toda a espécie de jogo nesses dias de luto religioso: e se em torvos recantos de tabulagens gordurentas, alguns impenitentes viciosos do monte arriscavam, de alforge a dama, uns míseros patacos carimbados, logo bocas beatas resmoneavam com aziumada repugnância:- Aqueles estão jogando a túnica de Cristo.Um negro silencio, como cerrada nuvem que desce-se e abafasse a cidade, entenebrecia tudo. Havia crepes no aspecto das casas e das ruas; na rigidez dos trajes; na fisionomia das pessoas; no recolhimento dos gestos.O comercio fechava meias portas e ano tirava os taipais. Calavam-se nas casas em construção, o chiar das roldanas e a melopeia dos pedreiros içando cantarias; e também se não ouvia nas ruas a gaita do bota-gatos, as campainhas dos machos liteireiros, o solavanco dos carros de bois, o bater sonoro dos tanoeiros e o tintinar dos martelos de aço na bigorna dos ferradores. Nalguns lares não se acendia o lume; e nos corredores dessas casas piedosas tudo era cheiro a flores e a cera, e um formigar de mulheres dispondo jarras, enfeitando oratórios, acendendo velas bentas, indo e vindo em passadas moles, o corpo caído para a frente, o lenço do luto nos bandos colados a testa, nas faces chupadas o jejum dos quarenta dias quaresmais, os olhos pestanejando de cansaço, e no fio dos beiços sem cor o bichanar miúdo de centenas de Padre-Nossos e de Ave-Marias ciciados automaticamente.- O Senhor estava morto!Ao principio da tarde os sineiro batiam matracas nas torres chamando padres ao coro; e pouco depois homens vestidos de preto e mulheres recolhidas em mantilhas saiam das suas casas para visitar igrejas e em cada uma delas deixar reza pesada de uma estação: terminavam na Se, assistindo ao oficio das trevas, acocorados, como carvões de goya, nos degraus sombrios dos altares laterais da velha catedral, toda empanada de baeta negra.Anoitecia, e, recolhendo cada um a suas casas, as ruas ficavam desertas e na cidade as escuras pesava o ar duro de contrição! O Senhor estava morto!Noite cerrada, saia da igreja da misericórdia a procissão das Endoenças. Pouco a pouco apagadas todas as luzes no interior das casas, as varandas e as janelas de rotulas iam-se enchendo de figuras escoadas a medo na tinta da noite. Mas já ao longe se ouvia um estranho vosear de multidão e incertos fogachos de lumieiras se agitavam, sinistros, na treva espessa: era a ronda dos fogaréus – temido bando popular, precedendo a procissão, que imagem da canalha parisaica na traidora noite de Iscariotes, tinha a essa hora de severas contas o inaudito direito de acusar uma cidade inteira, pronunciando em voz alta os nomes de cada um, não só os divulgados mas ainda os ocultos a maioria das pessoas.Homens vestidos de penitentes, a cabeça tapada empunhando varapaus suspendendo tigelas com pinhas engraxadas em borras de azeite a arder no meio de cabeleiras de fumo, amaltavam-se com catervas de indivíduos de todas as classes, embuçados e disfarçados, que, trancando as ruas de lado a lado, se serviam dessa noite de Carnaval difamador para atirar a cara das pessoas que estavam nas janelas, por entre roncos de buzinas, assobios, vaias e gargalhadas, insultos desabridos e denuncias imprevistas.Roubos praticados em confrarias, e ate esse dia desconhecidos; heranças descaminhadas; mancebias escandalosas; tramóias clericais; concluios políticos; adultérios aristocráticos e plebeus; amores de padres e amores de freiras; negócios usurários; desavenças domesticas; suspeitas caluniosas; ditos de intriga; tudo o que se sabia, tudo o que se dizia, ou tudo o que a maldade conjecturava, era apregoado em frente as casas, e cara a cara dos delinquentes, por essa voz de trovão, que estonteava no bojo desse bando anónimo monstro infernal feito das almas da insidia, da infâmia, da calunia, da inveja e do despeito.Das goelas da besta desavergonhada ressoam urros:"Seu agiota, restitua a viúva de fulano o dinheiro que o marido lhe deu para guardar!""Doutor da mula russa! Não sentes que o chapéu te não cabe na cabeça?""Senhora Dona Fidalga que nome pôs a enjeitadinha ?"" Seu ricaço veja se morre que o herdeiro anda danado por isso!" E as labaredas dos fogaréus, passando a altura dos primeiros andares, eluminavam desfiguradamente a palidez dessas faces apavoradas, inquirindo, nos golpes que a revoltam e a vergonha nelas rasgara, os efeitos das difamações das verdades denunciadas!Tudo se dizia! Era a calunia mascarada; a carta anónima do pregão; a surdina do mexerico; em voz reforçada; a barrela publica das mais intimas porcarias; a trágica revista do ano feita as consciências pelos maldizentes do oficio, pela gente vingativa, pela rale inculta e de ma índole! Por isso as almas, as mais lavadas, estremeciam ao sentir aproximar-se esse Bando do Pavor, permitido pelo alto clero com o fim de, a falta de denuncias a inquisição, ser ele, uma vez no ano, o pelourinho andante das mais escondidas vergonhas.Passado o bando e extinto ao longe o ultimo sussurro da turba atroadora, a contrastar com essa algazarra, aparecia, solene e fúnebre, a silenciosa procissão. Empunhando tochas passavam os irmãos da Misericórdia (de um lado os nobres, do outro os plebeus) cobertos com os capuzes das suas opas negras; passavam as bandeiras quadradas da irmandade, que tinham o privilegio de salvar da morte os que, indo a enforcar, partiam com o peso do corpo a corda homicida; passavam farricocos vestidos de roxo com cordas a cintura e pez descalços. E tudo era lento e silencioso; somente, de onde em onde, se ouvia taramelar o estrondoso ruge ruge, chamando a penitencia os que não tinham ainda ido a desobriga da confissão quaresmal!E as almas, meditando em seus pecados e na morte certa, penetravam-se de medo!Mas um outro ainda mais transido calafrio esperava essas almas arrepiadas: Jesus - o humilde Jesus varejado pela canalha do Pretório – passeava nessa noite trágica pelas ruas da velha cidade, mostrando aos seus fieis as feridas do seu divino corpo! Hei-lo que chega: oscilam ondas de povo num rumoroso vai vem contrito; dobram-se joelhos; mãos tremem batendo nos peitos: e rebentam lágrimas ante aquele horrível espectáculo!Em que lastimoso estado vem, nu, magríssimo, sentado numa pedra fria, trás a coroa de espinhos cravada na cabeça que de cada golpe rebenta uma fonte de sangue que ensopa os cabelos e escorre em fio pela testa, pela face, pelo pescoço, pelos ombros, pelos braços, pelo peito, pelas costas e tanto que parece que mãos diabólicas pentearam as carnes de Jesus com infernais pentes de miúdas lancetas afiadas!E o povo tremia e chorava!Padres com sobre pelizes brancas, vinham gemendo um mizerere plangente; cheirava a incenso queimado nos turíbulos: passava o palio com o seu docel negro bordado a estrelas de prata – fúnebre como pano de esquife; tambores marcavam a cadencia no andar dos soldados; e no fim de tudo sombria massa de homens e de mulheres iam rezando e chorando lamentosamente!Mas que era esta procissão comparada a outra, também de Endoenças, muito mais antiga, cheia de penitentes carregando aos ombros varões de ferro, cruzes, pedras, e a arrastar dos pés, descalços e feridos, as gramalheiras dos condenados?! Penitentes, de rodilhas, rasgando os joelhos nas lascas de vidro e nos bicos dos pregos, de véspera semeados nas ruas por mãos cobardes?! Penitentes alucinados açoitando-se no peito e nas costas, com disciplinas amiúde molhadas com vinho cozido, para mais lhes apertar as carnes fortificadas?! Penitentes moribundos, acompanhados de seus confessores que, ali nas lajes das ruas, recebiam delas o ultimo alento e lhes deitavam a ultima absolvição!Que era essa comparada a essa outra?!Sombrios tempos!

"Anthero de Figueiredo"

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